A Delegacia Especializada do Meio Ambiente (Dema) cumpriu quatro mandados de busca e apreensão no âmbito da investigação para esclarecer o vídeo em que filhotes de onças-pintadas aparecem decapitados. Os alvos, localizados em propriedades rurais de Várzea Grande e Cáceres, tiveram os aparelhos celulares apreendidos para ajudar os investigadores a esclarecer o crime.
A Operação “Março Negro” cumpriu as ordens judiciais decretadas pela Justiça pelos crimes de caça de animais silvestres. Os aparelhos celulares serão periciados para o prosseguimento da investigação e responsabilização dos autores do crime ambiental cometidos contra os animais nativos do pantanal mato-grossense.
Desde o dia 27 de março passou a circular nas redes sociais um vídeo em que um suposto caçador teria decapitado filhotes de uma onça-pintada. Desde então, a polícia iniciou o trabalho investigativo para identificar os autores do crime.
Na última sexta-feira (31), após uma denúncia anônima, João de Deus da Silva foi preso em uma ação conjunta da Polícia Civil de Cáceres e do Grupo Especial de Fronteira (Gefron), na BR-070 por maus-tratos de animais.
Na ocasião, João de Deus transportava quatro cachorros da raça Americano, que apresentavam sinais de maus-tratos e que eram semelhantes aos que aparecem no vídeo em que os animais mortos são exibidos.
João de Deus foi interrogado sobre os fatos e negou o envolvimento no caso dos filhotes de onça decapitados.
Nesse domingo (02), o juiz Cláudio Deodato concedeu liberdade provisória ao acusado, que não responde pelas mortes das onças, mas pelos maus-tratos aos cachorros. Segundo o boletim de ocorrência da prisão, João de Deus da Silva teria recebido R$ 5 mil por cada onça morta de fazendeiros da região.
A Polícia Civil continua realizando diligências para reunir a materialidade do crime e para que o responsável pelo delito seja devidamente punido.
O nome da Operação “Março Negro” faz referência ao mês em que a onça-pintada teve seus filhotes decapitados pela mão humana.
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