O empresário Antenor Alberto de Matos Salomão, de 51 anos, suspeito de matar a tiros a bancária Leidiane Souza Lima, de 34 anos, sua ex-amante, em Rondonópolis (212 km de Cuiabá), foi solto após decisão do desembargador Pedro Sakamoto, da Segunda Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT). Ele revogou a prisão preventiva, mas impôs algumas medidas cautelares, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica.
Além disso, Antenor deverá ser apresentar ao Fórum de Rondonópolis uma vez ao mês, não se ausentar da comarca e não manter contato com nenhuma testemunha do caso. O processo relativo ao homicídio praticado no dia 27 de janeiro deste ano, tramita em sigilo junto ao Poder Judiciário.
Antenor foi preso no 6 de fevereiro, apontado como principal suspeito do feminicídio de Leidiane de Souza. Segundo testemunhas próximas à vítima, Antenor e Leidiane tiveram uma filha, no entanto ele era contra a gravidez e sugeriu que a bancária fizesse um aborto. Antenor também possui uma condenação por estupro, em São Paulo, em 2003 e atentado violento ao pudor. Ele também é marido de uma juíza que atua em Rondonópolis.
Conforme inquérito da Polícia Civil, Lidiane foi morta com vários tiros no momento em que saía de sua residência, no bairro Parque São Jorge, para trabalhar. Ela era funcionária na Cooperativa Sicredi e deixou três filhos.
Durante a apuração do crime, os investigadores tomaram conhecimento que a vítima teve um relacionamento extraconjugal com Antenor Alberto de Matos Salomão e de que tal relacionamento nasceu uma menina, que atualmente possui três anos.
Antenor não teria aceitado a gestação de Leidiane, mas ela optou por seguir com a gestação e manteve os cuidados com a filha. Quando a garotinha tinha dois anos ele conseguiu a guarda da menina junto ao Poder Judiciário.
O advogado Luis Filipe Oliveira, que representa Salomão, criticou a prisão, classificada por ele como “ilegal”. Segundo o jurista, seu cliente já havia se apresentado à Polícia Civil no dia do crime e, desde então, segundo a defesa, vinha contribuindo com as investigações. Perante o Tribunal de Justiça, ele alegou não haver motivos para manter a prisão.
“A defesa informa que a prisão de Salomão era notoriamente ilegal, e foi constatada de imediato pelo Desembargador que concedeu liminarmente a sua revogação. As medidas cautelares impostas foram, inclusive, pedido da própria defesa. Sua inocência será devidamente provada judicialmente, no decorrer da instrução processual “, afirma o advogado o advogado em nota, sem adentrar em detalhes sobre a decisão do desembargador Pedro Sakamoto, assinada nesta quinta-feira (23).
Entenda o caso
Leidiane saía de casa para o trabalho na manhã do dia 27 de fevereiro quando um homem, em uma moto sem placa, se aproximou dela e atirou várias vezes, fugindo em seguida. A bancária morreu no local. Ela deixou três filhos, sendo dois meninos, de 13 e 8 anos, e uma menina, de 2 anos.
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