A Polícia Civil de Mato Grosso indiciou 140 criminosos por falsidade ideológica, tráfico de drogas e organização criminosa, investigados na Operação Alter Ego, realizada em dezembro do ano passado, em Primavera do Leste. Dos 70 criminosos presos durante a operação, todos permanecem detidos preventivamente até o momento.
Foi a maior operação realizada pela Polícia Civil nos últimos anos no estado, com o cumprimento de 244 mandados judiciais, sendo 100 de prisão e 144 de buscas e apreensões.
A Polícia Civil teve como principais alvos, integrantes de uma organização criminosa envolvida em crimes como tráfico de drogas, furtos, roubos e homicídios em Primavera do Leste e região.
A investigação é resultado de um trabalho conjunto realizado pela Delegacia Regional, Delegacia Municipal, Delegacia Especializada de Defesa da Mulher e Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Primavera do Leste, com apoio do Núcleo de Inteligência.
Como explica o delegado Rodolpho Bandeira, da Derf de Primavera do Leste, a investigação identificou os dois líderes da organização, junto com dois advogados que atuavam para o grupo criminoso. “Foi uma força-tarefa em conjunto que possibilitou à Polícia Civil identificar todos os envolvidos na organização que praticava, principalmente, o tráfico de drogas, além de outros crimes como furtos, roubos e homicídios na região, inclusive, extorquindo comerciantes da cidade a pagar a ‘taxa de segurança’”, destacou o delegado.
Investigação
O material probatório reunido em nove meses de investigações apontou que o grupo criminoso contava também com a ação de dois advogados, que agiam como integrantes ativos na organização. Eles movimentavam e prestavam contas dos recursos financeiros das ações criminosas da facção, conforme as determinações do líder L.M.S. que está preso em uma unidade penitenciária de Mato Grosso.
A estrutura da organização era dividida em funções que incluíam os postos de gerentes, responsáveis por armazenar e distribuir entorpecentes para os pontos de vendas e ainda receber os pagamentos dos traficantes e de membros que integravam a facção.
Além do comércio de drogas, a organização ainda coagia comerciantes de Primavera do Leste ao pagamento da taxa de segurança, que era cobrada para que não sofressem furtos ou assaltos em seus estabelecimentos. A investigação apurou que os comerciantes eram obrigados a pagar R$ 100,00 mensalmente, pagos a uma pessoa que ia aos comércios buscar o dinheiro. Uma vítima declarou à Polícia Civil que de apenas um estabelecimento, localizado na área central de Primavera do Leste, não era cobrada a taxa, porque a organização criminosa não tinha esse tipo de ‘negócios’ no centro da cidade.
A investigação apontou ainda que o principal líder da organização falsificou um documento de identificação, utilizando um sobrenome diferente ao seu de origem, a fim de criar uma nova para se eximir da responsabilidade de suas práticas criminosas.
Indiciamentos
O inquérito indiciou L.M.S. pelos crimes de falsidade ideológica, tráfico de drogas e por integrar organização criminosa. O outro líder do grupo, L.M. também foi indiciado por tráfico de drogas e por integrar organização criminosa, considerando que ambos apresentam a função de liderança na facção criminosa.
Os demais 138 investigados responderão pelos crimes de tráfico de drogas e integração de organização criminosa.
TV NOVA CAPITAL NOTICIAS/ASSESSORIA PJC-MT